Acabou !

Ufa, terminou... Finalmente o fim de um campeonato cheio de definições chegou.

E que corrida! De ficar na ponta da poltrona e fazendo contas o tempo todo. Será que dá tempo de Alonso reabastecer? Será que Michael chega? E Alonso, não está forçando muito? Será que o Felipe está economizando ou tirando o pé para facilitar a vida de Schumacher caso este alcance a 2a posição?

Impossível quem não tenha ficado nervoso. Eu lí depoimentos de uns três cronistas de futebol que confessam não gostar de corridas e que foram unânimes: foi uma senhora corrida.

As estações de televisão tem uma expressão: "carry over". Significa a audiência que um programa "entrega" para o que vem a seguir. A F1 deste ano "entrega" uma audiência interessadíssima para o próximo ano.

Quem será o próximo destaque? O próximo campeão? A Ferrari vai se manter no topo? Conseguirá Massa se sobressair? E Alonso, conseguirá ser competitivo com a Mclaren? A Honda finalmente vai alcançar sucesso?

A verdade é que a aposentadoria de Schumacher será benéfica para a F1, por permitir este tipo de colocações. O fim de um domínio entediante permitirá que se estabeleçam novamente comparações entre "iguais" ou quase.

Ano que vem teremos motores "semi-congelados" e pneus iguais para todos.

Enfim, mal posso esperar por março ! Que venha a nova temporada.

Uma nota final: muito foi dito sobre a retirada da Cosworth. Pois bem, eu não seria tão pessimista assim. Vejo uma bela oportunidade em um futuro próximo para a fábrica. Na medida em que os motores serão congelados por 3 anos, nada impede que a Cosworth apareça no final do ano que vem com uma unidade nova de desempenho melhor do que as demais. Isto com certeza abrirá portas para seus motores novamente.

Nota final 2: é verdade que Schumacher foi extremamente competitivo toda a temporada, mas não custa lembrar que ele não foi campeão em seus dois últimos anos.

Última semana

Falta apenas uma semana. No próximo domingo neste horário já saberemos qual o campeão mundial de F1 em 2006.

Schumacher vinha fazendo uma recuperação sensacional. Mas no Japão brilhou a estrela de Alonso. Aliás uma estrela que vem se mostrando forte nos dois últimos anos.

O espanhol realmente tem uma constância de enervar qualquer um. Com efeito, neste ano ele nunca esteve atrás de Schumacher nos pontos. Na China o alemão chegou a empatar em pontos e a estar na frente no critério de desempenho (vitórias), mas bastou uma prova e novamente Alonso está na frente e com a taça nas mãos.

A tendência neste momento é a vitória de Alonso. Mas "carreras son carreras" como já dizia Fangio e é constantemente repetido neste momento. O que aconteceu com Schumacher no Japão pode acontecer com Alonso no Brasil, mas a lógica não indica isto.

Os especuladores começam a levantar a hipótese da Ferrari jogar sujo. Ou com Michael jogando Alonso para fora ou com Felipe assumindo este papel. Quanto a Felipe não acredito. Não parece ser de seu feitio e caráter. Mas é bom Alonso ficar atento ao que acontecerá ao seu redor.

Eu tenho curiosidade sobre como Fisichela irá se comportar. Se ele souber aproveitar, esta corrida pode contar muito para seu futuro na Renault. Além disto seu desempenho será fundamental para a contagem de pontos no campeonato de construtores. Fisichela pode desempenhar vários papéis para auxiliar Alonso. Ele pode por exemplo ser o escudeiro de Alonso caso este largue na frente. Ou pode criar uma "defesa" colocando-se a frente de Alonso e atrás de uma Ferrari para evitar a teoria da conspiração de que as Ferraris irão jogar o espanhol para fora da pista.

Pode ainda largar com pouco combustível ou com um motor especial de forma a disparar na frente e forçar as Ferraris a um erro.

Enfim, são várias as alternativas.

No outro "front" os das motos, Valentino Rossi hoje passou a frente de Nick Haiden, ajudado que foi por Daniel Pedrosa. O caso de Rossi lembra o de Schumacher na medida em que o italiano também passou a temporada inteira atrás do americano recuperando-se nas últimas corridas e alcançando a ponta da classificação após a prova de hoje.

Haiden estava furioso e com razão, após o acidente causado por seu colega de equipe mas ainda tem chances. Matematicamente elas são melhores que as de Schumacher devido a menor diferença numérica e também a pontuação atribuída na MotoGP. Porém existe a estrela de Rossi, semelhante a de Alonso. A tendência é de Rossi ganhar mais um título, mas nas motos o imponderável é mais significativo. A possibilidade de um desequilíbrio, de um acidente está sempre presente e por isto nada se pode afirmar quanto a decisão do campeonato.

Os próximos dias serão de grandes emoções para todos os envolvidos com esporte motor.

Um belo campeonato

Não há como negar: o campeonato de F1 deste ano está sendo sensacional.

Depois da arrancada do Alonso no início do ano a Ferrari vem em um crescimento muito forte, tendo dominado as últimas provas.

Para nós brasileiros a melhor novidade foi sem dúvida o Massa. Novidade entre aspas. Desde que ele dominou a F3000 européia que eu venho esperando isto dele. Lá o Felipe mostrou ser um grande piloto.

Seu início foi meio titubeante na F1, mas este ano ele tem mostrado trabalho.

Não vou entrar aqui em considerações sobre a aposentadoria ou não do Schumacher. Já há espaço demais sendo preenchido com isto em toda a parte. Mas o Felipe deve estar dando algumas dores de cabeça para o pessoal da Ferrari.

Voltando ao assunto do campeonato. É difícil especular quem vai vencer neste momento. Mas estou apostando no Alonso. Por vários motivos.

Em primeiro lugar a consistência. Tirando aquele acidente na Hungria, o espanhol chega sempre e bem colocado.

Em segundo lugar a estratégia. Mesmo com um equipamento inferior, a Renault tem sabido aproveitar as oportunidades com uma agilidade de dar inveja ao Ross Brawn. E com isto o Alonso vai ficando alí entre os três primeiros e tornando a vida mais difícil para o Schumacher.

Em terceiro lugar o histórico. O Alonso esteve na frente do alemão durante todo o ano. E faltam apenas quatro provas para o fim. A cada corrida que passa, sobra menos tempo para o Schumacher chegar a ponta.

Em quarto lugar os erros de Schumacher. No início do ano o Stewart disse que o alemão ia acabar se machucando, após o forte acidente que ele sofreu na primeira prova. Tem se visto Schumacher errar bastante. Aliás, errar ele sempre errou, só que tinha uma enorme sorte. Sempre errava em pontos da pista onde a recuperação era possível. Mas agora isto tem sido diferente. Não acho que ele esteja um "pior" piloto, pelo contrário. Acho que ele está "indo com tudo" para recuperar o terreno perdido e correndo mais riscos. Mas esta também é a marca de um campeão, correr riscos.

Enfim, um campeonato emocionante. E com duas belas corridas, que foram as da Hungria e da Turquia. Pelo menos fizeram esquecer a chatice de Barcelona ... Aliás, quando é que alguém vai fazer algo a respeito da curva antes da reta principal de Barcelona ? Será tão difícil assim ?

Questão de carisma

Em um post prévio eu me referi as diferenças entre Valentino Rossi e Michael Schumacher.

Sem querer ser repetitivo (e sendo) sinto-me obrigado a voltar ao assunto.

Fazem poucas semanas que Schumacher promoveu uma das mais polêmicas atitudes de um piloto nos últimos anos, ao estacionar seu carro em uma curva de Mônaco, prejudicando os seus adversários que vinham fazendo voltas rápidas.

Ao final do treino foi possível ouvir uma ovação do público. O alvo era Schumacher e certamente as pessoas não o estavam elogiando...

Neste domingo. Prova da MotoGP. Valentino Rossi larga de 12. e vem galgando posições. Ainda com as seqüelas de seu acidente na semana anterior, Rossi consegue ultrapassar todos menos um adversário e termina a prova em segundo lugar.

Ao final da prova foi possível ouvir uma ovação do público. Ouviam-se claramente os gritos de "Rossi, Rossi". O pobre do Pedrosa que ganhou a prova teve no máximo uns 20% dos aplausos de Valentino no podium.

Porque será que dois multicampeões geram reações tão diferentes?

Alguns dizem que muitos torcem contra Schumacher por estarem cansados de ser sempre ele e a Ferrari que vencem (venciam) tudo. Mas o mesmo se aplica a Rossi. E com ele as pessoas torcem a favor.

Não, as razões tem mais a ver com empatia, carisma, personalidade, caráter. E nestes ítens Valentino dá de 10 a 0 em Michael.

Longos anos Valentino. E continue vencendo.

Overdose de Esportes !

Que final de semana !

Comecei tendo que acordar cedíssimo no sábado para acompanhar a MotoGp. Uma saídinha de casa para comprar algumas coisas e volta para o primeiro jogo das oitavas de final da copa do mundo.

Termina o jogo e emenda com o treino do GP do Canadá. Um curto intervalo e mais copa do mundo com direito a prorrogação.

Final da partida na copa e já estava em andamento a corrida da Alms. Antes desta terminar começa a IRL.

Domingo de manhã cedíssimo: primeira corrida das Superbikes. Outra curta pausa e vem a segunda corrida da Superbike, com o Alexandre Barros dando um show.

Intervalinho e dá-lhe jogo da copa do mundo. Terminado este vem emendado o GP do Canadá.

Quinze minutos de intervalo e um grande problema: Simultaneamente o jogaço de Portugal e Holanda e o GP de Cleveland da Cart. Um dos meus GPs favoritos.

E dê-lhe zipar de um canal para o outro.

Final de tudo, dou uma saída e percebo que meu cérebro está completamente baratinado. Foi uma overdose de esportes em dois dias.

Volto para casa e tento me manter longe da tv. Para tentar dar uma reequilibrada no cérebro encontro música erudita.

Ufa, ainda bem que acabou !

Pena que não são assim todos os finais de semana. :)

O País das Maravilhas

Já comentei isto outras vezes. Para mim o Brasil é o país das maravilhas para quem gosta de assistir esporte motor na televisão.

Em primeiro lugar há o fato de as principais provas serem transmitidas ao vivo e sem comerciais.

Eu realmente tenho pena dos americanos pelo número de inserções comerciais que interrompem suas transmissões.

No Brasil as transmissões vão do início ao fim das provas, pelo menos nos principais eventos. Esta já é uma enorme vantagem. Imaginem uma partida de futebol que sofresse interrupções de comerciais a cada 5 minutos !

Em segundo lugar, a cada dia mais categorias são transmitidas. Neste ano tivemos a inserção das Superbikes, sem que a Motogp fosse suprimida. F1, Champ Car, Irl, Stock Car (Brasileira), F. Truck, Renault (s), ... a lista não acaba nunca. A cada momento mais categorias surgem nas telas das televisões brasileiras.

Para quem tem acesso ao Speed, o dia todo é recheado de velocidade. Nas cidades onde o Speed não está presente ainda, mas onde já existe o FX a oferta também é vasta.

Ontem a tarde descobri o FX transmitindo a prova da ALMS direta de Watkins Glen. Foram 6 horas de transmissão contínua !!! E agora, neste domingo a tarde estão sendo transmitidas categorias de turismo diretamente de um oval em Guadalajara !!!

É velocidade a todo instante e em todo o lugar.

Eu lembro bem da década de 70. Tudo o que tínhamos eram as transmissões da F1. Não tenho o número aqui comigo agora, mas digamos que fossem uns 15 GPs por ano. E era isto.

Hoje é possível assistir a 15 corridas em no máximo dois finais de semana.

Eu, pessoalmente, não tenho nada contra esta inflação de corridas. Pelo contrário, espero que não surja nenhum "economista"querendo freá-la (risos).

Que venham mais eventos !

Panos amarelos

Assistindo as corridas deste fim-de-semana na Espanha me dei conta de que já faz algum tempo que não vejo panos amarelos.

Que panos amarelos? Aqueles de triste memória que as equipes de socorro erguem ao redor de um piloto no caso de acidentes graves. Sua função é manter a privacidade e evitar imagens que possam chocar o público.

Até alguns anos atrás era bem comum ver-se os panos. Lembro de um acidente da F3000 na Eau-Rouge em Spa. Era um piloto asiático se não me engano.

Não sei se foi a última vez que ví os citados panos. Talvez tenha havido uma ou duas a mais. Mas a verdade é que já faz tanto tempo que, felizmente, me esqueci dos detalhes.

E esta é uma boa notícia. Significa que a segurança de uma maneira geral aumentou enormemente nas categorias máximas do automobilismo mundial.

Os novos autódromos, com suas pistas largas, áreas de espaço amplas e freqüentemente asfaltadas são sem dúvida componentes importantes.

Eu fico feliz com isto. Não assisto corridas para ver pessoas se machucarem, mas sim para apreciar a velocidade e a arte de quem consegue ter reações em curtíssimos espaços de tempo.

E a boa notícia é que esta segurança acaba se expandindo para as outras categorias que utilizam os mesmos autódromos.

Hoje um problema grave parece estar com o Rally. Eu adoro Rally, mas sempre acho uma loucura os carros passando no meio do povo e voando a poucos metros de árvores e cercas. Nos últimos meses tem havido um número de fatalidades que já desperta a preocupação das autoridades esportivas.

Esperemos que os ganhos obtidos nos autódromos possam ser de alguma forma aplicados aquelas outras situações onde ainda não chegaram.