Laços de Ternura (segunda-feira, 29 de agosto de 2005) Um assunto que volta e meia eu retomo é o dos antigos laços de trabalho na Fórmula 1. Eu me lembro bem da entrada de Michael Schumacher na categoria. Sua primeira (e curta) prova pela Jordan e depois a sua ida para a Benetton, tirando o emprego de Roberto Moreno. Naquela época era assunto conhecido por todos que Schumacher era um piloto da Mercedes. Foi ela quem "comprou" suas vagas na categoria. E que o projeto era de um dia, no futuro, quando a Mercedes estivesse presente na categoria e com condições, que Michael viesse a ser seu piloto. Então Schumi foi para a Ferrari. E sempre demonstrou o seu amor pela escuderia, chegando a "reger" o hino italiano em suas primeira vitórias, até que um político italiano implicou com a prática. A partir daí parecia que nada iria afastar a dupla piloto-escuderia. Juras de amor eterno eram feitas por ambos freqüentemente. Montezemolo disse que Schumacher seria piloto da Ferrari "enquanto quisesse". Eu cá com os meus botões, sempre ficava com a pulga atrás da orelha. Não me parecia que Schumacher pudesse ser tão ingrato a ponto de renegar aqueles que lhe deram a chance de mostrar quem ele era. Sempre me pareceu que algum dia ele iria voltar para casa e pilotar para a Mercedes. E agora começam a surgir notícias que fazem sentido: Schumacher na Mclaren e Raikonnen na Ferrari a partir de 2007. Se é boato ou não, eu não sei. Mas para mim pelo menos é o típico caso de onde há fumaça, há fogo. Eu não duvidaria nada de que isso venha a acontecer. Agora vou falar de outros casos famosos de relações de longuíssimo prazo: Stewart-Ford - Durante uns 30 anos, Jackie Stewart foi "garoto propaganda" da Ford. A relação era tão forte que quando Stewart resolveu montar sua equipe na F1, a Ford foi sua fornecedora e suporte. Ao final a mesma Ford comprou a equipe e a transformou na Jaguar, com os resultados conhecidos. Emerson-Marlboro - A relação de Emerson com a Marlboro iniciou na Mclaren em 1974 e se prolongou por toda a carreira restante. Na equipe Fittipaldi o primeiro patrocinador era a Copersucar e outros se seguiram, mas Emerson continuou um piloto do Team Marlboro e ao se mudar para os Estados Unidos, sua relação com a Marlboro o levou ao time Penske onde encerrou a sua carreira. Button-Williams - Desde sua estréia sabia-se que Button era um piloto Williams, simplesmente "emprestado" para as outras equipes. Isto sempre foi negado pelo piloto e pela escuderia, mas agora com o "embróglio" Williams-BAR, a verdade foi novamente posta a tona. Gil-Honda - Outra relação fortíssima. Sabe-se como os japoneses mantém os vínculos com aqueles que lhes deram glórias, não importando quanto tempo se passe. Gil foi bicampeão com motores Honda na América e vencedor das 500 milhas de Indianápolis. Mas mais do que isto. Foi dos primeiros (se não o primeiro) vencedores com motor Honda na Cart quando corria na escuderia de Jim Hall. Isto em uma época onde Bobby Rahal tinha simplesmente descartado os motores japoneses, tachando-os de péssimos após uma temporada em que nem conseguiu se classificar para as 500 milhas de Indianápolis. Quando os japoneses precisaram de alguém de confiança na Bar a quem foram buscar? A Gil. Que lembre-se é engenheiro mecânico de profissão e portanto tem um currículo muito forte para trabalhar no automobilismo em qualquer parte do mundo. Então eu vejo aqui duas coisas: julgo forte sim a possibilidade do troca-troca Schumacher-Raikonnen e Ferrari-Honda. Quem mais teria a perder neste momento seria o finlandês, a julgar-se os momentos das equipes. E também: nunca despreze os laços escondidos que unem pilotos, escuderias, empresários e patrocinadores. Eles são bem mais fortes do que todos querem fazer parecer. |
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