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Friday, March 31, 2006

Paul Dana

Paul Dana se foi. Mais um que perdeu a vida em um carro de fórmula correndo em circuítos ovais.

Para começo de conversa eu quero dizer que não participo do segmento que imagina que um piloto de oval é menos piloto do que um piloto de circuítos mistos. Uma vez eu lí um artigo que dizia que cada situação exige habilidades específicas. Isto se aplica aqui. Há pilotos com habilidades que os beneficiam em circuítos ovais enquanto outros possuem habilidades que os beneficiam em circuítos mistos.

Eu também não acho o oval perigoso "de per si". Os stock-cars correm lá com um número muito pequeno de fatalidades e de pilotos machucados.

O que é perigoso em sí é a combinação "open-wheel", velocidade e circuíto oval. E não há argumento que me convença do contrário. Não se pode dizer que a morte de Dana foi uma fatalidade, que poderia acontecer em qualquer hora e lugar. Isto é desprezar a inteligência de todos os pesquisadores que trabalham pela segurança, sejam eles em automóveis de rua, aviões, naves espaciais ou qualquer meio de transporte que se possa pensar.

A chance de problemas simplesmente é muito grande. Muita coisa pode dar errada ao mesmo tempo. E para que nada dê errado, muita coisa tem que dar certo.

E eu não falo apenas de mortes. Se for feito um cálculo de quantos pilotos se machucam a cada ano o número é muito alto. Acho que nenhuma outra categoria do automobilismo já machucou tanta gente nos últimos anos do que a IRL.

É lógico que a emoção da IRL nas chegadas é impressionante. Mas o dia em que em uma chegada com 3 ou 4 pilotos grudados eles se tocarem e ocorrer uma tragédia talvez as pessoas se acordem para o problema que a natureza da categoria traz em sí.

Eu estou considerando sinceramente a possibilidade de deixar de assistir as provas da IRL. Eu me sinto meio sádico, como os romanos que iam para os circos para ver sangue. E não é isto o que me atrai no automobilismo. Nunca foi. Acho que é porque eu viví de perto muitas mortes nestes anos todos.

Emoção: toda possível. Morte: longe de mim.

ps: E para não dizer que eu não falei: na Fórmula 1 morreu gente sim nos últimos anos. Não foram pilotos, mas fiscais de pista. E este é um problema que tem que ser atacado também.

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